O tempo passa e cada vez mais, em vez de certezas, tenho mais dúvidas. São aquelas dúvidas céticas que arrasam aquelas convicções desenhadas e redesenhadas por anos e décadas. Por exemplo, se no fim da estrada nada há, porque se adia tanto o vinho e a boca desejada? Por que ainda vivemos como viviam nossos pais, apegados aos símbolos de status tão próximos? Por que não podemos largar tudo e se juntar aquela duas ou três dezenas de jovens que estão acampados na Cinelândia nessa segunda-feira? Por que há tanta dança de aproximação, como a dança dos índios, e tão poucos encontros capazes de mudar a nossa vida? Por que não enxergamos ou reconhecemos felicidade em pequenos gestos e precisamos promover mega esforços para ficarmos em estado de leveza? Por que não podemos ter três amores, como é comum entre as mulheres do Tibete ou em alguns países do Oriente Médio? Por que temos inveja da juventude e existe sempre um ar de rancor nas comparações entre as gerações? Por que construímos muros em nossa vida e esquecemos de que somos apenas mais um gênero na raça animal? Cadê os cheiros escondidos pelos perfumes que uniformizam as pessoas? Por que nossos seis ou sete momentos de deslumbramento na infância são adormecidos pela sobrecarga da vida moderna?" - #bycrcc#
