13/06/2011

PRIMEIRO DIA

Certo dia, através de uma excelente ideia de uma amiga, ela decidiu criar um blog.  Não tinha a intenção de escrever textos de auto ajuda, tampouco que servir de modelo de vida para alguém, até porque não sabia se alguma louca seria capaz de viver tudo o que ela viveu e que ainda vai viver. O objetivo dela era um só, escrever de tudo um pouco. Costumava dizer que sua vida daria uma enciclopédia, pois em um só livro teria que cortar muitos capítulos, sendo assim imaginou que ficaria pela net por um bom tempo. 
Como toda boa pisciana tem a cabeça nas nuvens, sonha com um príncipe encantado e vive se apaixonando.  Ela acha que esse negócio de dizer que amor é um só é bobagem...amou todos os homens de sua vida intensamente...amou de verdade e eternamente o quanto durou.  Às vezes pensava que era melhor ficar sozinha, pois amar dói...pelo menos em ela, pois é ciumenta e uma eterna apaixonada. Já foi casada e fiel, acreditem, por 14 anos e foi apaixonada por seu primeiro ex-marido durante os 20 anos que viveram juntos como ainda estivessem em lua de mel. Só que, como tudo que um dia começa, acabou.  E acabou mal, porque homem nunca quer se separar, mas ela precisava... ela vivia uma vida muito metódica, da casa para o trabalho e do trabalho para casa. Um dia decidiu voltar a estudar, queria fazer uma faculdade, e foi ai que tudo começou ou terminou, depende do ponto de vista. Helena começou a ver que existia vida fora de seu casamento, fez amigos de diversas idades, divertia-se com os professores, porém a situação em casa estava ficando ruim, seu marido com ciúmes, mas dava pra ir levando, porém um dia percebeu que o seu casamento já estava desgastado, sentia-se como estivesse com um paralelepípedo amarrado aos pés e afundando, se afogando, precisava respirar, precisava subir.  Foi então que cortou a corda e subiu correndo para tomar ar, muito ar, vento batendo na cara, que delícia, era a liberdade.  Apertou o botão, chutou o balde, jogou a toalha, esta olhando pra dentro de si como nunca havia olhado antes. Não quer dizer que não teve momentos em que ficou deprimida, pois sentia falta da família, mas quando chegava em casa, cansada de um dia cheio e podia jogar seus sapatos longe sem ninguém reclamar, isso não tem preço. LIBERDADE!!!!!! Ela mandava nela própria, fazia o que queria. "Crianças hoje não vamos jantar, vai ser pizza!", e podia ser pizza, e era pizza. Não tinha ninguém pra falar: "Isso lá é dia de se comer pizza?" "Tem que comer legumes!"  Ora, ela sabia de tudo isso, mas queria comer pizza e era naquele dia, eu não queria fazer janta e não fazia, comeram pizza.  
Sentada em frente ao computador lembrou-se de um dia que voltava pela Rio-Niterói, dirigindo, sozinha, com Ana Carolina no ultimo volume cantando "Pra rua me levar", as janelas bem abertas, o vento entrando gelado, era uma hora da manhã.  Helena não esquece aquele dia, foi demais, a emoção de poder estar ali não tinha preço. Ela olhava para seu rosto pelo retrovisor e pensava: "Caramba posso fazer o que quiser, chegar a hora que quiser".  Claro que a responsabilidade com os filhos continuava, mas um marido pesava mais que três filhos, sabia que eles estavam bem.
Ela comentou toda a emoção que sentiu com as amigas, não queria fazer apologia à separação, muito pelo contrário, gosto de estar casada, tanto o é que me casou três vezes, mas naquele momento ela estava onde devia e precisava estar, LIVRE. Na realidade era pra estar triste, pois estava separada a menos de um mês, mas estava bem, estava feliz, estava com meus filhos. Helena pensava, como Deus é perfeito, faz tudo no momento certo e este momento era dela de novo.